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Review: Doctor Who - The Day of the Doctor (50th Anniversary)

23 de Novembro de 2013. É chegado o 50º aniversário de uma as maiores séries de ficção científica do mundo, um dia aguardado por milhares de fãs. É chegado The Day of the Doctor.

Atenção: A review contém Spoilers

Com a promessa de que redefiniria Doctor Who a partir daqui, Steven Moffat cria um dos melhores episódios da série, conseguindo fechar pontas deixadas desde 2005, e ainda ligar a série clássica com a atual. Dando a ela um presente de aniversário mais que merecido.

A trama inicial do episódio parece simples, e envolve uma ameça surgindo das galerias de Londres. Onde Doctor, junto com Clara, tem que trabalhar com a UNIT para resolver o mistério.  
Interligando com tais eventos, temos mais duas histórias se desenvolvendo paralelamente: Uma com o War Doctor (John Hurt) durante os últimos dias da Time War, e outra com o 10º Doctor (David Tennant) e Zygons, durante o reinado de Elizabeth I.  

A não linearidade desses eventos foi uma das sacadas de gênio do Moffat. Pois além dela nos mostrar como cada história era importante para o desenrolar da outra, também deu uma dinâmica diferente ao especial; ajudando na narrativa, e nos preparando para o momento em que as histórias dos três Doctors se cruzassem.

A interação entre eles, aliás, é um dos pontos altos do especial, e nos faz querer sempre mais. 
É legal ver os seus Doctors se insultando, trocando elogios, ou agindo como crianças. Até mesmo Hurt tem seus momentos infantis, e quase nos faz acreditar que entre os três ali, ele é o mais jovem. 
Porém, apesar do lado cômico, o que chama atenção mesmo é o lado emocional de cada um, que é muito bem explorado e dividido, sem exagero algum. Quando colocados juntos então, dão um show a parte. 
A cena em que Doctors estão presos na Torre de Londres é um bom exemplo disso.
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Billie Piper também está de volta no especial, mas não como Rose, e sim como Bad Wolf. Ou melhor, a interface do Moment arma que o Doctor pretende usar para dar um fim na Guerra do Tempo, e que inclusive é citada durante os eventos de End of Time
Aqui a "Interface" funciona como a consciência do War Doctor, e é ela que está por trás do encontro dos Doutores. Ah, e só pra acrescentar, Billie estava melhor do que nunca! Mesmo que não que não tenha acontecido um encontro entre ela e o 11th (sim o Matt Smith, não o Tennant) seu retorno não me decepcionou. Não sei se o problema nas primeiras temporadas era a Rose, ou ela, mas sua atuação tava bem acima do esperado.

Outra coisa que é importante destacar, é que The Day of the Doctor é um episódio sobre escolhas e consequências. O motivo do Moment ter unido os três Doctors, por exemplo, é para mostrar ao War o homem que ele irá se tornar se vier a destruir Gallifrey, uma vez que ele ainda não tomou sua decisão.
Isso também tem um certo reflexo na escolha de Kate Stewart (chefe da UNIT) que entra em um dilema parecido com o do Doctor, e quase destrói Londres para poupar o mundo.
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No desenrolar da história vemos a interação dos Doctors crescer ainda mais, e juntos, eles resolvem os problemas da UNIT/Zygons que é apresentado. 
Ao ver como suas encarnações futuras lidaram com isso, o War  toma enfim sua decisão.
Admirado por ver 10th e 11th em ação, ele acredita que se for para se tornar alguém como eles, e honrar o nome "Doctor", o sacrifício deve ser feito.  

É aqui que entra Clara.

Ela, que não teve destaque durante todo o episódio, mostra que não estava ali apenas para aparecer. E nos faz ver que é uma das companions mais humanas que o Doctor teve desde o retorno da série em 2005. 

Ao ver que Gallifrey estava prestes a ser destruída, ela confronta os Doutores (que se uniram para que a decisão não seja tomada sozinha) e os faz encontrar uma outra alternativa.
O discurso dela, somado com as cenas dos campos de batalha, e as crianças de Gallifrey, gera uma das cenas mais lindas do especial, e talvez de toda a série. Aliás, toda a sequencia da "decisão final" é incrível, com uma carga emocional bem forte. 

É claro que o novo plano não seria simples, e para realizá-lo eles precisam de ajuda. Sendo assim, chegamos ao climax do especial, e pela primeira vez vivenciamos a união de todas encarnações. TODAS MESMO! incluindo o Capaldi. Sim! o 12th Doctor! (Tudo graças ao Moment, vale lembrar).

A Forma que todas as Tardis aparecem, e todos os Doutores do passado trabalham juntos, é incrível! É impossível ver tudo isso sem se emocionar.

No fim, Gallifrey resiste e não é destruída, apenas "perdida no Tempo". Ao  refletirem sobre tal feito, os Doutores chegam a conclusão que os dois antes do 11º não se lembraram de nada, devido a "fluxos de tempo estarem fora de sincronia". O que explica o porque deles continuarem com a toda a culpa e pesar em relação a Gallifrey durante suas encarnações.

Quando chega a hora do War partir, vemos a última regeneração que faltava. Infelizmente ela é cortada antes que se complete, o que foi um banho de água fria para todos aqueles que esperavam ver o surgimento do 9º. Custava aparecer por 2 minutos, Eccleston? 

Depois da despedida do 10th e da sua famosa frase "I don't wanna go". Os fãs ganharam outra agradável surpresa: A participação de um dos Doctors mais queridos da série clássica.
Tom Baker! o 4th Doctor! Que aqui se apresenta como o "curador" da galeria.

Sua identidade, no entanto, fica no ar. Alguns dizem que ele é um Doctor do futuro, outros que é o próprio 4th envelhecido.  Já eu acredito que essa aparição seja o início do plot da 8ª temporada. Um que Moffat já vem falando faz tempo, e que pode explicar o porque Capaldi já ter aparecido em Torchwood e na 4ª temporada de DW. 
MAS como o próprio "Curador" diz: Who knows?

O episódio se encerra com uma imagem de todos os Doctor juntos, olhando para Gallifrey, enquanto o 11th fala sobre sua nova busca e seu desejo de voltar para casa. 


 Home. The long way 'round

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Como prometido Moffat definiu Doctor Who para os próximos anos, e abriu novas possibilidades para a série, dando um novo objetivo e sentido para o Doctor - apesar de ter tirado a sua motivação inicial, que é compensar pela destruição de seu planeta "salvando o mundo" . 

Eu realmente não sei o que pensar sobre isso, sempre gostei da ideia do "Último Time Lord" e de todo pesar que ele carregava. Porém, depois de quase 10 anos de New Who, devo admitir que a série começou a se limitar por isso. E o que The Day fez, foi criar novas oportunidades para a série quebrando as limitações. E assim, nos dar a chance de sermos re-introduzidos ao povo do Doctor. Pois com essa "nova pegada" que a Era Capaldi promete, isso pode funcionar muito bem. 

Outra coisa que queria ressaltar: Moffat NÃO apagou todos 8 anos de canon! Os eventos do especial não apagam nada da jornada do personagem e nem a culpa que ele sentia, muito pelo contrário, ele segue perfeitamente a construção do personagem que várias vezes já demonstrou que se arrependia do que fez, e que se pudesse faria diferente. Dizer ao contrário é o mesmo que dizer que o que a Martha e a família dela passaram, acrescentou em nada aos personagens.

E outra, i Doctor ainda participou de uma Guerra entre duas raças corrompidas e fez coisas impensáveis durante ela. Isso faz parte da culpa também. Tudo permanece como era, nos só tivemos o preenchimento das lacunas. Em outras palavras, The Day of the Doctor foi nada menos que um presente ao "homem que sempre acha outro jeito", e que pela primeira vez em muito tempo, recebeu uma chance de se salvar de si mesmo. 


Obs 2.: A reação do 10th quando o War Doctor fala Bad wolf é demais. "Bad wolf girl, I could kiss you!" "That's going happen".
Obs 3.: Não comentei sobre Elizabeth porque não achei necessário, mas finalmente descobrimos o motivo dela querer a morte do Doctor lá na 3ª temporada.
Obs 4.: Gostei bastante da Clara ter virado professora, e espero ver isso tendo alguma influencia futuramente. E além de combinar com ela, trouxe referencias a Susan!



Confira o teaser do especial de natal, que contará com a despedida de Matt Smith:



nanomag

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