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Crítica | Clube de Compras Dallas


Clube de Compras Dallas é um filme que aborda diversos assuntos. Só pela temática inicial de ter um personagem com AIDS, um outro homossexual, e a história se passar em tempos atrás (embora totalmente atemporal), percebemos que é um filme pesado.
Mas além de AIDS, homossexualidade, preconceito, e etc, o filme mostra o como ainda somos escravizados pelo capitalismo burocrático, quando, na maioria das vezes, estamos certos sobre alguma coisa pela qual lutamos, mas temos que nos calar diante das autoridades, por não termos recursos suficientes para, simplesmente, ter voz.

O longa como um todo se desenrola quase parando, com um roteiro naquele estilo ~não grande coisa, com uma direção normal. O forte mesmo são as atuações espetaculares (ênfase aí) dos dois atores principais, Mattew Mcconaughey e Jared Leto (este último, pouquíssimo aproveitado, infelizmente).

Mattew interpreta Ron Woodroof um caubói homem-das-cavernas, homofóbico e viciado em sexo que descobre que está com AIDS. E é claro que, com base nas informações de antigamente, ele liga a doença aos homossexuais (que na época, encontravam-se entre os 70% dos casos de aidéticos).
Sem acreditar, ele continua vivendo seus supostos trinta dias restantes aos quais os médicos haviam lhe dado de vida. E então ele vai se dando conta de que está realmente doente, e começa a tentar de tudo, até conseguir se meter no tráfico de remédios ilícitos para tentar vencer a doença.

Aí que entra o personagem de Jared Leto, que em tela diverte e nos faz chorar com uma atuação FENOMENAL (na essência da palavra). Rayon é uma drag queen também aidética que está se prestando a um hospital para fazer testes com AZT, um remédio que supostamente ajuda no tratamento da AIDS.
O único problema de Jared Leto é que ele é mal aproveitado. Não sei se foi pela edição, talvez, mas senti que ele poderia ter sido muito mais explorado. O filme é curto, não tem nem duas horas, então é realmente uma pena os cortes tão bruscos (você percebe) e o pouco tempo em tela do ator.
A atuação de Mcconaughey me surpreendeu. Eu nunca fui com a cara dele, me irritava, particularmente, por um motivo que eu não sei ao certo. Mas tive que dar o braço a torcer para sua atuação esplêndida nesse filme. Ele nos trás um homem lutando contra a doença que tem, totalmente perturbado com sua nova realidade, e que aos poucos vai percebendo que aquele mundinho em que ele vivia, achando que era totalmente superior, é bem menor do que ele imaginava. É incrível ver a mudança do personagem, se dando conta que o mundo não gira a sua volta.

A única deslocada no elenco é Jennifer Garder, que poderia facilmente ser substituída por qualquer outra atriz melhor que ela (não é difícil de encontrar), para completar as atuações boas do trio principal. Bem, ficou uma defasagem nesse quesito, pois a moça é ridiculamente inferior aos outros dois. Nem chorar ela consegue dignamente, desculpas aos que ficarem ofendidos.
A direção é excepcionalmente normal, não notei muita coisa relevante para se dizer algo sobre ela.
O forte mesmo do filme são as atuações, o que me faz perguntar porque foi indicado a Best Picture. Não questiono as indicações de interpretação, mas essa até dá para ficar com uma interrogação na cabeça. Obviamente, não acho que tenha merecido.

A história é boa, mas é pouco aproveitada, como disse anteriormente. Imagino inúmeras cenas a qual podiam ter sido mais incríveis não fosse a direção pobre e o roteiro normal. Há tanta coisa que podia ser mais explorada. A burocrática sociedade fica subtendida, começando a ser discutida dignamente faltando poucos minutos para o filme acabar. Quando você pensa que algo vai incrementar a encheção de saco e deixar um legado realmente bom para discussão do filme, os créditos sobem na tela.

Enfim, não deixa de ser um bom filme. Não merece o Best Picture que foi indicado, mas merece ser visto. Chega a ser tedioso em alguns momentos, mas nada insuportável.
Novamente: o que sustenta é, única e exclusivamente, as atuações.



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nanomag

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