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Crítica - A Menina Que Roubava Livros


Não é novidade que "A Meninas Que Roubava Livros" é uma das histórias mais comoventes já escritas, e agora, finalmente foi levada para as telonas em adaptação que eu, particularmente, estava morrendo de medo de não fazer jus a obra original. Afinal, a FOX não é exatamente conhecida por seu respeito em adaptações. O que, felizmente, não ocorreu. O longa é simplesmente duas horas e dez minutos de pura emoção, feito para amolecer qualquer coração.

Assim como no livro, o filme é narrado pela própria Morte, uma figura extremamente frequente em qualquer guerra, um ente que fica vagando pelo mundo, parando aqui e ali, para fazer seu trabalho. Sem envolvimentos, nada pessoal. Mas de vez em quando, é impossível não dá uma espiada, olhar um pouco, observar... e então acontece, algumas raríssimas vezes: ela se apega. E não consegue resistir em olhar cada vez mais. Liesel Meminger foi uma dessas exceções, uma dessas pessoas que não se pode simplesmente deixar para lá. Um desses seres humanos que fazem a Morte pensar em como seria... estar vivo.  

O enredo não é muito linear, assim como no livro, vários acontecimentos sem interligação vão acontecendo, pequenos retalhos da vida de uma menina que crescia em pleno apogeu nazista, e descobria aos poucos o horror da perda, porque é disso que a história se trata - perdas. Talvez por isso seja tão importante que a Morte seja a narradora, afinal quem é a causadora das maiores perdas desse mundo? Poucas pessoas podem dizer que perderam tanto com apenas 14 anos de idade. 

Os atores estão perfeitos em seus papéis, claro que existem certas coisas que não existem no livro, que eu pessoalmente, não teria adicionado, como o fato de a Rosa falar para entregarem o Max no filme, mas ela jamais teria feito isso, nunca, foi algo bem descaracterizador do personagem. Quanto a Liesel, Hans, Max e Rudy, nossa, absolutamente PERFEITOS, não há o que reclamar. Eu achava que não ia ter mais lágrimas para chorar a cada nova cena, parecia que eu estava vendo o livro na tela. Acho que todos vão gostar, não precisa ter lido.

[SPOILER BRANCO - só para quem leu o livro]

Claro que sendo uma adaptação, algumas coisas tiveram que ser mudadas ou cortadas, mas no fim das contas, ficou um bom filme tanto para quem leu, como para quem não leu - bonito, emocionante e simples. Fiquei muito triste pelo o Max não ter dado "O Vigiador" de aniversário para a Liesel - um livrinho que ele mesmo desenhou em cima do Mein Kampf que contava a história da amizade deles de uma forma figurada, lindíssima - no lugar, ele entrega o livro em branco para ela escrever.

Outra modificação que eu não gostei - e essa eu realmente fiquei muito ofendida - é que no final, depois das explosões, a ordem em que a Liesel encontra os corpos e a reação dela, é do "menos sofrimento para o maior": Rudy, Rosa, Hans. Quando ela vê o pai morto, ela não aguenta, fica em choque, e até assiste a alma dele cantando acordeão pela última vez, aí desmaia. No filme, decidiram fazer que ela visse primeiro a Rosa, depois o Hans (que ela apenas chorou normal falando "papa"), e então o Rudy, que por sinal, ainda estava vivo e morreu no meio de um "Eu te am...". Horrível. Modificação para lá de desnecessária, colocaram como se o Rudy fosse mais importante que os pais dela! Meu Deus, ela era louca pela pai! Muito ruim MESMO. Eu entendo que o apelo de um casal tem mais apelo que uma relação pai-filha, mas existem momentos e momentos, histórias e histórias, e nessa em particular, eu acho que a relação com o Hans era muito mais importante.

[FIM DO SPOILER BRANCO] 

Enfim, o filme se desenvolve perfeitamente, o crescimento da Liesel e do Rudy é muito bem feito, todos os relacionamentos com as pessoas ao redor da vida da menina são bem colocados, até mesmo com a  mulher do prefeito, mesmo não entrando em muitos detalhes, mas ficou bom o bastante.

O final do filme é um show à parte, uma cena sensacional, tocante, magnífica, impossível não chorar, e a narração da Morte é algo arrasador. Durante o filme, a Morte fala bem pouco (outro pequeno defeito), eu colocaria a narração em muito mais cenas, era perfeitamente encaixável. Mas no final, ela compensa falando tudo que tinha que falar, e claro, qualquer fã dessa obra magnífica não pode fazer nada a não ser se debulhar em lágrimas e agradecer por terem feito um filme tão lindo desse livro espetacular.





nanomag

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