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Crítica: Trapaça

De vez em quando acontece uma situação raríssima, onde você assiste um filme, e ao seu término, você tem certeza que viu um longa muito bem cuidado, caprichado, bem dirigido, atuado, editado, com um trilha sonora show de bola e tudo que um filme precisa ter.
Mas alguma coisa falta nesse tal filme. Ele não te conquista, você não consegue pegar o ritmo dele, e fica um tanto quanto decepcionado.
Essa sensação raríssima é o que acontece quando se assiste Trapaça.

No novo filme de David O. Russell, diretor que conquistou o público com seu trabalho anterior, O Lado Bom da Vida, a direção está bem característica, o que já resulta em um ponto de qualidade para Trapaça, já que a direção de O. Russell é sempre muito boa.

Porém nesse longa, o diretor peca um pouco na repetição de movimentos da câmera (aquelas tomadas, onde o ator está bem longe, e enquanto ele fala, a câmera se aproxima rapidamente até que só fica seu rosto na tela, se repete bastante, até abusar e deixar de ser um ítem bacana), e o que acontece MUITO também é algo explodir no enredo, e você finalmente achar que isso vai resultar em sequencias realmente boas, e isso não acontece. Você fica com cara de tacho e com uma expressão de "É só isso?!"
Creio que o grande erro de Trapaça foi ter se arriscado demais em querer ser um filme diferente. Conseguiram isso, mas não agradaram a todos. Na verdade, a bem poucos.
A história é realmente muito boa, Irving (Christian Bale) e sua amante, Sidney (Amy Adams), são dois trapaceiros que caem na própria armadilha e são forçados por um policial (Bradley Cooper) a contribuírem em uma missão do FBI. A partir daí o longa torna-se um filme sobre máfia, e é claro que a história fica muito, muito boa. Mas o jeito como ela é contada é extremamente peculiar. Não é um roteiro ao qual estamos acostumados. Não ouso dizer que é um roteiro ruim, passa longe disso. Só é bem, bem estranho.

Nas atuações, discordando de 99% das opiniões alheias, acho que Amy Adams está ótima no papel. Não senti extrema necessidade de outra pessoa para fazer a personagem. Pra mim ela está ótima, sempre com ótimas expressões. Pena que chora bem pouco (eu, particularmente, amo ver atrizes chorando), mas mesmo assim me conquistou.
Quem dá um show é Jennifer Lawrence, que ainda consegue me surpreender com a sua capacidade de conduzir tão bem o nível certo de comédia e drama e fazer cenas espetaculares. As poucas cenas em que ela aparece, para mim, são as melhores. Estou torcendo para ela levar novamente a estatueta, dessa vez para Coadjuvante. A discussão entre Rosalyn (Lawrence) e Irving (Bale) em um dado momento do enredo, é extremamente bem atuada.

Por falar no Bale, ele está ótimo. Sempre tive uma leve implicância com ele (nunca conseguiu me conquistar), mas com toda aquela maquiagem, aquele ar de galã que foi deixado totalmente para trás, e trouxe um novo Bale, em um personagem com calvície, uma barriguinha, e sérios problemas sociais. A atuação dele está magnífica. Mereceu a indicação a Melhor Ator, mas não tenho tanta certeza se merece levar.
Bradley Cooper está naquela situação "ok". Não vemos nada demais em sua atuação, mas também não há nada de ruim. Não vou me aprofundar muito na atuação de Jeremy Renner porque ele é extremamente coadjuvante, e seu papel, embora de muita importância, ficou o tempo inteiro perdido.
No meio de tudo isso, ainda somos gratificados com uma trilha sonora de máxima qualidade, que se encaixa perfeitamente na trama, e uma edição espetacular, com cortes fenomenais.
O problema de Trapaça foi mesmo o modo como resolveram contar essa história tão boa. Na minha opinião, se não tivesse nas mãos de roteiristas que quisessem tanto a notoriedade de fazerem um filme muito diferente e peculiar, seria bem melhor. É perceptível, em algumas situações, o quanto quiseram que essa obra fosse taxada de única.
Foi única, realmente, mas não por um bom motivo.



nanomag

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