Título Original: Homeland: Carrie's Run
Autor(a): Andrew Kaplan
Editora: Intrínseca
Ano: 2014
Páginas: 300
Sinopse: Beirute, 2006. A oficial de operações da CIA Carrie Mathison escapa por puco de uma emboscada durante um encontro clandestino com um novo contrato, de codinome Rouxinol. Especialista em reconhecer e antecipar padrões de comportamento — uma habilidade que se deve em parte a seu transtorno bipolar, o qual mantém em segredo para proteger a carreira —, Carrie tem cada vez mais certeza de que uma trama terrorista está em andamento. Ela então se arrisca num grave ato de insubordinação, na tentativa de descobrir uma prova que conecte Rouxinol a Abu Nazir, o líder da Al-Qaeda no Iraque. Determinada a interromper os planos terroristas, ela embarca numa obsessiva busca que pode acabar com sua carreira e até mesmo com sua vida.
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Feito para fãs da série, Homeland: Como Tudo Começou foca na vida da sua extraordinária personagem principal, Carrie Mathison, indo a fundo em sua infância, em seu transtorno bipolar, seus relacionamentos "amorosos", e seu perigoso cargo na CIA.
Mas devo avisar, duvido que as pessoas que não são fãs da série vão gostar desse livro. Não simpatizei com a escrita (suspeito que seja pela tradução porca, mas porca mesmo, dessa edição, o que me surpreende, pois foram nada menos que TRÊS pessoas que a fizeram), e Carrie Mathison não é um exemplo de personagem moral. Difícil admirar qualquer outra coisa nela a não ser sua determinação no trabalho, por mais que, pessoalmente, admire tudo nela.
Sendo, assim, o livro é única e exclusivamente sobre Carrie. O autor ainda tenta enganar o público com uma trama policial meia boca (que no começo era espetacular), mas é o óbvio que ele, na verdade, é um grande admirador da personagem e escreveu especialmente para e sobre ela.
Para os que amam Carrie, como eu, é um prato cheio. Ler detalhes de certos acontecimentos que são citados na série (lembram daquilo que ela disse que reinventou a música?), como foram seus primeiros surtos, e como lidou com a tão falada missão de Beirute antes de Brody acontecer.
É realmente bom ver como a mente da Carrie funciona, o que ela foi capaz de fazer para conseguir chegar em Brody (e isso, é um dos pontos onde moral, socialmente aceita (mas não vamos entrar nesse assunto), é um tanto quanto divergente para uma personagem feminina como estamos acostumados).
Carrie é aquele tipo de personagem única. Ela é totalmente talentosa e boa no que faz, isso ninguém pode negar, mas assusta o que ela é capaz de fazer para conseguir certas coisas. Isso é visto MUITAS VEZES aqui, não tanto quanto na série.
Saul Berenson também tem bastante presença. Aparece bem menos do que apareceu na série, mas como sempre tem bons momentos e uns diálogos bons com a Carrie.
Outros personagens da série como David Estes também tem uma presença maior aqui, já que boa parte da trama é sobre o relacionamento dele com a Carrie, citado na série, que eles tiveram no passado. Essa trama, em especial, me irritou bastante. As conversas, o David... ugh, eu não gosto dele.
Mas o livro acerta em desenvolver os personagens. O jeito como a Carrie fala, o Saul, o David... é do mesmo jeito que eles falam na série, e isso é bom.
Tecnicamente, a obra é uma vergonha. Mal traduzido ao extremo, daqueles que você fica totalmente perdido em algumas partes, com palavras que você percebe que não deveriam ter sido traduzidas pois não fazem o mínimo sentido. Eu sempre admirei a Intrínseca, mas não tinha porque ela ter feito isso com esse livro. Foi feito com o mínimo cuidado possível
E duvido que seja culpa do autor. Ele é renomado, por mais que desconhecido aqui no Brasil. A culpa foi mesmo da tradução mal feita.
Homeland: Como Tudo Começou, é um livro para os fãs da série. Duvido que alguém que não seja irá pegá-lo para ler, mas só para avisar, que se você não gosta da série, não adianta tentar, pois não vai encontrar uma obra com muita qualidade
A outra alternativa para quem não assiste ao show, que seria uma boa trama policial-política no mesmo nível da série (o livro promete ter a mesma qualidade), passa longe de ter a capacidade ao menos de ser comparada. No começo, era ótima. Tinha várias coisas soltas para se resolver, várias histórias para se concluir, e você ficava se perguntando como iria chegar ao ponto em que a série começou, mas o desfecho disso é vergonhoso. Nada se amarra, nada se conclui. A trama se perde em furos, ritmo, e enfim, se desmancha.
É um livro DA personagem, que é, em essência, um ótimo exemplo para defensores do feminismo, que querem que as mulheres tenham o mesmo direito que os homens, e etc. É esse quesito que me faz admirar tanto essa personagem magnífica como Carrie Mathison.
Agora é torcer para um livro prelúdio do Brody, contando tim-tim, por tim-tim como foi sua história com o Abu Nazir. Vamos torcer!
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