Elysium chegou aos cinemas brasileiros nesse final de semana e já vem com um grande apelo ao publico nacional, dois atores brasileiros no elenco, Alice Braga e, o consagradíssimo, Wagner Moura. Só isso já basta para levar muito gente aos cinemas para ver essa ficção científica, não sei você, mas eu estava mais do que curiosa para ver Wagner Moura em Hollywood, ainda mais em um filme grande como esse.
Difícil de acreditar que esse é apenas o segundo filme de Neill Blomkamp, que em 2009 lançou seu primeiro longa metragem e conseguiu um indicação ao Oscar e foi considerado uma das melhores promessas para os próximos anos, nos trouxe agora Elysium, que segue uma linha parecida com a de Distrito 9, seu primeiro filme, a segregação e o domínio dos mais ricos sobre os mais pobres, no caso de Distrito 9 os segregados são os alienígenas alocados na africa e separados do resto da população, e em Elysium a população miserável é deixada numa Terra poluída e superpopulada enquanto os mais abastados economicamente se mudam para Elysium, um complexo que orbita a terra onde o ar é puro e a medicina milagrosa.
É nesse contexto que conhecemos o protagonista, Max (Matt Damon) que não é um herói comum, ele não é honrado e não quer fazer bem aos outros, os motivos que o levam a querer chegar a Elysium são egoístas, porem nenhum pouco fracos, o fato de Max ser um personagem cheio de falhas de caráter nos faz gostar mais dele. Todas a história criada por Blomkamp é bem interessante, mesmo que não tenhamos nada de novo nos conflitos apresentados no filme, que seriam um núcleo "mau" e o núcleo "bom", obviamente os personagens são mais complexos que apenas bons e maus. Enfim, de um lado do filme temos Max, que precisa chegar a Elysium, que é ajudado por Spider (Wagner Moura) que é algo como o líder, é ele quem coordena as atividades ilícitas na área, e tenta levar pessoas para Elysium (que pagam pela passagem, e não porque ele tem um bom coração). Spider e Max vão funcionar como a resistência contra Elysium que terá a a Secretária de Segurança Delacourt (Jodie Foster) e seu Agente Kruger para proteger Elysium dos invasores. E no meio de toda essa briga Frey (Alice Braga), amor de infância de Max, aparece para tentar chegar a Elysium também.
Blomkamp acerta novamente com um roteiro que trás tanto cenas de ação intensa e cenas emotivas que aliviam a tensão do filme. Não é, entretanto, tão bom quanto Distrito 9, se é que podemos comparar os dois filmes, Elysium tem algumas falhas e talvez o que mais me incomodou no filme foi como alguns personagens foram mal trabalhados, ou então apenas jogados no filme sem muita explicação, seria ótimo saber um pouco mais sobre Kruger ou Spider, que são os personagens mais surtados do filme. No que tange a parte técnica do filme, foi tudo muito bem feito, os efeitos especiais estão ótimos (Elysium é lindão), em algumas cenas de ação a cena fica como se fosse câmera lenta apenas por alguns estantes o que dá um efeito muito bom para a luta.
Quanto as atuações, Matt Damon está bom como sempre, assim como Jodie Foster, Alice Braga não teve muito destaque e fez um trabalho razoável, é bom ver que ela está perdendo o sotaque brasileiro já, Wagner Moura foi uma grande surpresa, já é estranho vê-lo falar em inglês e ainda mais sendo surtado, Spider é um dos melhores personagens do filme sem duvida e Moura interpretou muito bem, houve alguns exageros, mas nada de mais. Quem realmente roubou a cena foi Sharlto Copley, ele que foi o protagonista de Distrito 9 e fez um trabalho incrível lá, nos deu um personagem insano e sádico que foi uma maravilha de se ver, o sotaque dele me irritou um pouco, mas funcionou tão bem para o personagem que não importava mais, Kruger foi meu personagem favorito, com certeza.
O que mais me agradou no filme é a quantidade de cenas inesperadas, coisas que eu não esperava mesmo, fiquei de boca aberta algumas vezes, alem de ser visualmente muito bem feito. Ao todo o filme diverte bastante e quase não se sente o tempo passar, o final é ótimo e me deixou querendo mais. Espero ansiosa pelo próximo filme de Blomkamp e que Wagner Moura continue com sua carreira em Hollywood.