Primeiras Impressões | Review: Hostages - S01E01 "Pilot"

A CBS exibiu ontem o piloto da sua nova aposta: Hostages, a série com Toni Collette e Dylan Mcdermott como protagonistas. O episódio cumpre o requisito, e nos deixa com uma imensa vontade de continuar a série, mas fica a pergunta: o que vão inventar para estender um plot que parece ser tão curto e de rápida resolução, e transformá-lo numa série, mantendo a qualidade?

A série, como dito na rápida sinopse, foca em Ellen Sanders (Toni Collette), uma renomada doutora que ficou na responsabilidade de operar o presidente dos Estados Unidos. Só que no meio disso tudo, temos o plot do agente do FBI, Duncan Carlisle (Dylan Mcdermott) com sua mulher em coma, e uma filha linda para criar.

O que nos surpreende é o fato de que um agente do FBI, comandando uma gangue, mantém refém uma médica e sua família com a seguinte proposta: ou você mata o presidente dos Estados Unidos durante a operação, ou você e sua família morrem.

A partir dessa informação, o episódio se desenrola .

Quem rouba a cena é Toni Collette no papel da Dra. Sanders, numa ótima atuação onde ela tenta salvar sua família, e ainda determina-se a não dar o braço à torcer, como visto no final do episódio.

Quinn Shephard e Mateus Ward interpretam Jake e Morgan Sanders,  os dois filhos do casal Sanders ( o marido, interpretado por Tate Donovan).

Todos os membros da família tem seu plot pessoal, o que eu achei muito interessante, porém não sei se os produtores darão conta de tudo isso e focar no plot principal.

O primeiro plot secundário a ser mostrado é do próprio Duncan Carlisle que enfrenta a tragédia de ter sua mulher inválida internada num hospital, e não ter um bom relacionamento com a filha.

O segundo, é do filho mais novo dos Sanders, Jake. O garoto treina com o próprio pai num clube de futebol, e é descoberto pelo mesmo guardando dinheiro para comprar cervejas e identidades falsas.

A filha mais nova, Morgan, enfrenta um relacionamento péssimo com seu namorado, do qual ela não aparenta gostar. No começo, vemos Morgan conversando via webcam com uma amiga e as duas discutem sobre algo que Morgan deveria contar logo para o namorado. Fica bem na cara que é gravidez, e é isso que somos apresentados mais pra frente.

O interessante na gangue que os mantém refém dentro de casa é que não há um motivo (pelo menos ainda não foi explicado, mas com certeza irá, mais pra frente) para o qual eles mandem Ellen assassinar o presidente. Eu tenho meus palpites de quem tem algo a ver com a mulher de Duncan, o motivo pelo qual ela está no hospital, mas não há nada concreto para se dizer.

Além disso, a gangue parece saber tudo sobre a família Sanders. Durante um momento, Duncan ameaça o Pai da família a revelar o seu segredo para a mulher. O segredo, é que ele tem uma amante, e a gangue tem provas com fotos. A partir disso, o marido tenta persuadir a mulher a cumprir tudo que a gangue manda para seu segredo não ser exposto.

Além de ter o pai nas mãos, Duncan Carlisle também tem a filha, Morgan. Durante um momento, a menina faz um exame de gravidez e ele descobre o resultado, escondendo. Isso se torna, então, o segredo dos dois.

Interessante porque o ato não foi programado por Duncan. Na verdade, parece que eles sabem tanto sobre os Sanders que criaram um afeto por eles. Duncan esconde o teste de gravidez quando percebe que Ellen está vindo para o cômodo, e sabe que Morgan sofrerá se a mãe descobrir.

Um outro membro da gangue também descobre que o dinheiro que Jake estava guardando era, na verdade, uma grana que ele devia para uma outra pessoa.

Sendo assim, a gangue tem todos os membros da família na mão por meio de chantagem.

Agora, aos termos técnicos do piloto: teve uma direção incrível, e tem nome de Jerry Bruckheimer no meio que, pra quem não conhece, é o produtor responsável por grandes sucessos da Disney, como Piratas do Caribe, O Príncipe da Pérsia, O Aprendiz de Feiticeiro, Força G, e o Cavaleiro Solitário. No mundo das séries, ele também está envolvido como produtor na famosa CSI.

O piloto de Hostages também teve, pelo menos nesse episódio, uma fotografia linda, e atuações “aceitáveis”; Porém foi incrementado com uma trilha sonora que condiz muito bem com a tensão proposta na cena.

O episódio termina então no clímax com Ellen com a substância que irá matar o presidente nas mãos. Porém ela desiste e adia a operação por duas semanas. É claro que isso é a notícia dos jornais e então temos a cena que eu mais gostei. Durante uma entrevista, Ellen olha bem para a câmera na qual ela sabe que Duncan está olhando da sua própria casa e fala:

Por fim, a série tem tudo pra dar certo, porém seus caminhos são um tanto quanto duvidosos. O plot parece ser pouco extensível, e pelo que vi, não passa nem pela cabeça da CBS transformá-la em uma minissérie. Tem muita gente confiando por causa do nome “Jerry Bruckheimer” no meio, mas lembrem-se: uma série não é produzida, nem dirigida pelas mesmas pessoas o tempo todo. Jerry pode ser bom, mas não está somente nas mãos dele.

Não posso falar que irá ser ruim, e muito menos que irá ser boa, mas com esse piloto tive a sensação de que não tem muito o que desenvolver em um plot como esse. Só nos resta aguardar os próximos caminhos que seguirão o piloto.