Review: Homeland - "Tower Of David" (S03E03)

Esse episódio de Homeland serviu para recuperar o tempo ausente de Damian Lewis em tela, mostrando a jornada de Brody agora como americano fugitivo, sendo procurado por todos como terrorista. Episódio também teve algumas cenas com Carrie irrelevantes pra série, porém com uma pontinha do que está por vir.

Foi ótimo também por mostrar que sem Dana e sem a família de Brody, a série também tem sustento, mostrando que eles são totalmente ignoráveis para o público, e é isso que a maioria deseja: que eles se afastem cada vez mais da série, e que o foco seja Carrie e Brody, que é o que o público se interessa.

O episódio se inicia com uma cena em Venezuela, onde temos Brody ferido com um tiro sendo trazido por homens. Brody já está perto da inconsciência, e logo ficamos sabendo que ele foi ferido por guardas durante a tentativa de passar pela fronteira sem ser reconhecido pelas autoridades.

Vemos a agonia de Brody diante da dor do ferimento que a bala lhe causou. Temos uma cena extremamente tensa que é a da sua operação de retirada de bala. É uma cena forte porque temos forte exposição do ferimento, e um personagem duro, e estranhamente calmo durante a operação, e isso preocupa já que ele parece não se importar com Brody e está salvando-o.
Após a agonia de tudo isso, ele está desacordado, e temos a introdução de uma personagem que não sei se irá ser importante para o restante da série, mas nesse episódio foi. Esme, filha de um dos bandidos colombianos a qual estão cuidando de Brody. Ela que observa Brody durante sua recuperação, e o ajuda na tentativa de fugir, que vamos ler mais daqui a pouco.

Temos a cena dos bandidos colombianos (chamarei eles de "bandidos" pois não sei o nome deles. Tudo que sei é que eles são bandidos colombianos refugiados em um prédio abandonado de Caracas), conversando sobre entregar Brody para as autoridades ou manter ele lá, já que perceberam que ele é o tal sargento convertido em que todos falam no noticiário. 

Daí fica a dúvida: eles vão entregar Brody à justiça ou não?

Só que há um impasse para isso, uma vez que eles são bandidos, e dar as caras as autoridades seria quase suicídio. Portanto eles resolvem manter Brody lá no prédio abandonado em Caracas como seu refém. Não entendi muito o porque eles não tentaram matar Brody, já que ganhar dinheiro entregando-o não vai ter um resultado bom para o lado deles. Só vejo uma alternativa: ele irá servir como empregado deles, ou coisa do tipo? Veremos mais pra frente.
Durante trinta minutos desse episódio temos Brody se recuperando dos ferimentos causados pela bala. Em determinado momento, onde ele manifesta seus planos futuros em sair do prédio, um dos bandidos afirma que não deixarão ele sair. E durante isso, ele fala: “Você conhece Carrie Mathison?! É, nós também”.

É óbvio que eles conhecem ela da mídia, já que ela está sendo acusada como cúmplice de Brody. Mas não sei, não posso falar com certeza se eles só a conhecem por causa disso, porque Homeland as vezes surpreende. Veremos.

Temos uma cena na qual vemos os bandidos matando um homem que teria roubado o relógio de Brody. Eles simplesmente o jogam do prédio, e Brody fica desesperado. Acho que a cena serviu para mostrar que os bandidos não estão dispostos a arriscar uma mínima coisa em serem alvo das autoridades já que estão dando abrigo a um suposto terrorista americano. Então, caso o homem tivesse o reconhecido, por via das dúvidas, o mataram. Bem simples...
Também temos Brody na sua tentativa falha de sair do prédio para manter sua jornada como fugitivo e não ficar refém dos colombianos. Bem, ele é cercado por armas e impedido de fugir, como previsto. Mas ainda temos Esme para ajudá-lo.

Depois, temos a primeira cena de Carrie nesse episódio. O plot da agente da CIA continua na mesma, com ela internada contra sua vontade a mando da CIA por ser bipolar e demonstrar risco a agencia de inteligência por não ter “papas na língua” e ser extremamente impulsiva.

Vemos Carrie realmente triste nesse episódio, conversando com um terapeuta sobre seus remédios e quase implorando para ele dizer a Saul que ela está melhor, que ela está bem, para ele tirá-la de lá. Ela não consegue, claro. Ela sabe que isso tudo é a mando da CIA, e que tudo que ela falar vai direto para a CIA, no caso, Saul.

Ela ainda se presta a esses serviços supostamente psiquiátricos, no qual ela constrói uma casinha de palitos e é elogiada pela psiquiatra feito uma criança. Dá pra ver pela expressão dela o quanto ela repudia esse comportamento.  Ela então se dirige ao banheiro, e temos uma cena extremamente forte na qual ela encara seu reflexo e para diluir sua raiva interna bate a cabeça com força no espelho. É claro que a atitude faz barulho, e uma funcionária chega para ver o que aconteceu. Ela diz que não aconteceu nada, mas estava com um corte na cabeça.

Então temos Brody e Esme planejando sua fuga. A garota parece ter criado um tipo de afeto amoroso por Brody enquanto cuidava dele. Ele diz que há um lugar para o qual pode ir. Um mosteiro. Lá, como ele passou um bom tempo com essa cultura (tornando ela a sua, como vemos na primeira temporada com ele rezando em hindu na garagem), ele vai fingir que é muçulmano, e pedir abrigo no mosteiro.

Cena tensa construindo o clímax do episódio na qual Esme e Brody fogem do prédio passando por guardas, e armas. Na entrada do mosteiro, Esme pede para que Brody a leve com ele. Ele nega, claro, e vai pedir abrigo ao encarregado do mosteiro,  e ele deixa. Mas o público já viu, pela expressão do ancião, que ele já percebeu quem Brody era. Mas deixa ele entrar, e vemos o resultado disso mais tarde.
Enquanto isso, no hospital, a enfermeira avisa a Carrie que ela recebeu uma visita, mas não sabe quem foi. Carrie afirma ter certeza que era Saul, mas a enfermeira não sabe lhe informar. Então, a misteriosa visita chega novamente, e somos apresentados a um personagem que pelas suas atitudes nesse episódio, será importante para o resto dessa temporada.

Acontece, que o visitante não é Saul (o que mostra que o personagem não está nada interessado em Carrie), e sim Paul Franklin. Ele é representante de uma empresa de advocacia. A proposta de Paul, é que um ‘parceiro’ dele quer conversar com Carrie sobre um motivo que ele não pode revelar, até Carrie aceitar a proposta. Em troca da conversa, eles tirariam ela da clínica. Claro que ela fica abalada com a proposta, mas, exercendo seu treinamento da CIA, não se deixa persuadir, e sai xingando Paul aos quatro ventos no maior estilo Carrie Mathison.

Creio que isso vai dar em alguma coisa mais séria, acredito que Carrie não conseguirá agüentar a clínica e vai ceder a proposta. Vamos ver. E assim o plot Carrie termina nesse episódio.
Agora vamos a Brody. Temos a cena dele tomando banho já dentro do mosteiro, quando somos surpreendidos com policiais que chegam e pegam ele, socando-o e levando-o ele para fora do mosteiro. Vemos então que o dono de lá chamou a polícia local dizendo: 

“Você não é muçulmano. Você é um terrorista”.
Então, quando os policiais abrem a porta, dão de cara com os bandidos colombianos, e eles atiram nos dois, e matam todo o mosteiro, incluindo o ancião que entregou Brody, e sua mulher.
Eles então levam Brody para o prédio abandonado em Caracas, e eles dizem que ele nunca vai sair de lá. Nunca. E que se houver mais uma tentativa, haverá conseqüências.

E aí temos Brody se dando conta de que está condenado aonde quer que vá.

Foi um bom episódio, e como disse, mostrou que a série só precisa de Carrie e Brody para se sustentar. Talvez se Claire Danes tivesse tempo maior nesse episódio, ele fosse melhor (não que Damien Lewis não tenha dado conta), mas eu aprecio muito mais a atuação dela.
Enfim, o casal principal da série está mais ferrado que nunca. A temporada está boa, mantendo um bom roteiro, e plot para todos, porém admito que se o plot Carrie continuar nessa dela ser louca e injustiçada pela CIA, vai acabar ficando tedioso.