A neutralidade começa a incomodar em Homeland
Porque ao revelar os motivos para que ele esteja protegendo seu tio, percebemos que esses sempre foram óbvios demais para que até mesmo Carrie percebesse. Não é que Aayan seja ruim, um dos "bad guys". Ele está protegendo seu tio terrorista porque ele foi o único resquício de família que o sobrou. E quando Aayan diz isso, não toca somente os nossos corações, nos fazendo entender o que o garoto tenta fazer pelo seu tio, sangue do seu sangue, mostrando que tudo com o que ele mais se importava na vida era sua família, mas toca o coração a mente de Carrie, que se encontra pesada por ter sido a responsável pela morte dessa família inocente. E isso fica evidente, quando o episódio é finalizado com uma cena de abraço entre Carrie e ele.
Mas pera lá. Tudo bem que ficar nessa da Carrie tentando convencer ele por muito tempo não iria cair bem para o roteiro e para o andamento da série, mas achei um pouco forçado o Aayan ter contado logo de uma vez que o tio está vivo. E tudo bem, ele era virgem, ele perdeu com Carrie fucking Mathison, e o poder de persuasão dela é enorme, mas confessar uma coisa dessa magnitude, para uma suposta Jornalista, e esperar que ela não conte para ninguém?! Oi?!
Não, roteiristas de Homeland, vocês erraram e foi muito feio. Faltou a audácia, a coragem de desenvolver algo mais profundo para Aayan. E vai ser difícil relevar, se isso não der em alguma coisa muito boa até o final da temporada. Por que, não sei se perceberam, mas já estamos no meio dela.
Mas na falta de desenvolvimento de Aayan, temos o de Fara, que é mais que bem vindo! Por incrível que pareça, e creio que pela primeira vez, o plot mais interessante do episódio não foi o de Carrie, e sim o dela! Junto de Quinn, ela está fazendo algo muito mais importante para a missão, e se arriscando muito mais que sua chefe (e Quinn percebe isso, tirando satisfação com ela no final, resultando em uma cena ótima). A tensão do episódio foi toda sob o plot Fara & Quinn (não nos esquecemos do sequestro de Saul!), e a personagem está se mostrando bem bad ass. A atitude dela de tentar colocar um rastreador no carro de Haqqani foi demais! A tensão do episódio funcionou muito bem.

Enfim, não foi um episódio ruim, mas foi longe de ser ótimo. Ficou na neutralidade que a temporada vem mostrando desde o episódio três, depois da premiere dupla, que foram os únicos que entraram para o grupo de episódios de nível alto a série.
Mas deixou boas teorias para os próximos episódios, que agora vão ser os últimos dessa nova fase. O que vai dar o sequestramento do Saul? E o marido da embaixadora, que vazou os documentos para a SII? E o que a SII realmente tem a ver com o Governo Paquistão? Qual é o envolvimento de Aayan com o seu tio? Vamos aguardar.
