Não pela primeira vez, Carrie Mathison resolve usufruir da artimanha mais suja e baixa que há, para conseguir o que quer. E mais uma vez, consegue.
Só para refrescar a memória, Sandy (personagem do já conhecido Corey Stoll), passava informações importantíssimas para Carrie no Paquistão, enquanto ela atuava como comandante de uma estação de Drones da CIA. Ele ajudava a agente a achar os alvos, nos locais certos, e ela os explodia.
É meio irônico para uma personagem como Carrie Mathison, que sempre foi tão racional, não desconfiar do informante de Sandy, que era bom demais. Considero isso até um erro de roteiro, sendo que durante três anos, Homeland provou que sua personagem principal não é nem um pouco boba, e agora resolvem deixá-la se enganar por uma fonte que ela nem sequer sabia o nome?! Não comprei isso, senhores roteiristas.
Mas a audácia de Carrie Mathison está mais alta do que nunca nessa temporada e ela, como de praxe, resolve desrespeitar ordens da sua direção (que mandou-a abafar o caso de Sandy), e continuar a investigar a morte do seu ajudante. A agente vai escondida ao local do linchamento, para tentar entender o que ele estava fazendo ali (nós, telespectadores, sabemos que ele iria se encontrar com essa fonte misteriosa que, no contato do seu celular, nomeou "X"), mas não consegue respostas.
Mas, além de Sandy, Carrie ainda tem outro assunto para lidar: Ayaan.
Vemos um novo lado de Fara, disfarçada como repórter (com os cabelos soltos, e surpreendentemente bonita), para tentar arrancar alguma coisa do menino, e enviar as informações para Carrie. Mas ele, encontrá-se traumatizado pelo recentes acontecimentos, e o pulso fraco de Fara não consegue convencê-lo. É então que Carrie Mathison resolve usar a arma que deu-lhe mais resultado até hoje: seu poder de sedução.
Não acreditei no desaforo e na falta de escrúpulos de Carrie, gemendo agachada no banheiro, pedindo ajuda de Ayaan. Ela com certeza ganhou na loteria, visto que o menino é a pessoa mais inocente e diria até "boba" que essa série já teve. Claro, não descarto a possibilidade de uma virada no jogo, dele se mostrar uma pessoa totalmente diferente do que aparenta ser, até agora ele é uma piada.
Foi até risível a rapidez de como ele baixou a guarda defensiva quando Carrie, primeiro, encostou a mão no seu ombro, depois aproximou o rosto, deu uma bela olhada na boca dele, e cochichou "Estou colocando meu cartão no seu bolso". E para completar, ainda lamentou tudo o que ele teve que passar.
Só quero saber como Ayaan vai reagir quando souber que foi Carrie, na verdade, quem autorizou o ataque que matou sua família... isso vai ser bom de se ver.
E esperem! Vamos deixar Carrie um pouco de lado e falar um pouco de Quinn. Ou melhor, dos seus sentimentos pela agente... Está tão na cara, que até o idiota de Dar Adal já percebeu.
Mas compartilho da opinião de que ainda é cedo para isso... Carrie & Brody eram ótimos juntos. E após a morte dele, eu já sabia que algo entre Carrie e Quinn seria construído, mas não tão rápido quanto está acontecendo... é realmente necessário mais um arco amoroso em Homeland?
Por que mesmo que seja construído algo definitivo entre Carrie e Quinn, vai sempre pairar uma atmosfera de forçação de barra, visto a terrível presença de Brody ainda afeta Carrie, e até mesmo a série. Quinn está terrivelmente desperdiçado nessa temporada. Não quero que um personagem tão bom se resuma a ser um dos pares de um romance desestabilizado. Uma amizade entre eles dois seria muito mais interessante, pelo menos por enquanto.
O descontrole emocional de Quinn diante da declaração de Dar Adal, mostra que ele também não gosta da ideia de estar se apaixonando por Carrie. E ah, como torci para Quinn matar o Adal ali mesmo... é o personagem mais random da série, e não faria falta alguma. Aliás, ele não acrescenta absolutamente nada à série. Mas não dessa vez...
O que afeta seu descontrole emocional também, em parte, é a culpa que todos estão colocando nele pela morte de Sandy, acusando-o de ter protegido Carrie mais do que deveria.
Ele então resolve assistir ao vídeo do linchamento, e dá-se a reviravolta final do episódio. Ele vê um homem do Governo Paquistão parado assistindo tudo, e falando no telefone. Logo, junta as peças e percebe que o acontecimento todo foi premeditado e construído pelo Governo local.
Aliás, o homem que aparece no vídeo é o mesmo que invadiu a casa de Ayaan no episódio passado, e ameaçou se colocasse mais vídeos do atentado à Drone na rede.
Seria ele o informante de Sandy, que o traiu e passou as informações para o Governo?
Após o acontecimento, e Quinn falar isso com Carrie no telefone, temos a cena mais shippável do casal até então. Tudo bem que foi completamente inocente da parte de Carrie, mas ao falar "Eu te amo pra caralho, Quinn, sabia disso?", ela dilacerou não só o coração dele, mas o da audiência também!
Enfim, é um romance eminente, mas ainda desconfortável. Parece que o papel de Carrie agora vai ser somente destruir corações. Ela não aparenta compartilhar de nenhum sentimento nesse sentido sobre Quinn, e isso vai ser difícil de se ver.
Só espero que não seja mais um romance no estilo Carrie & Brody. Todos sabem como isso terminou.

Observações:
- Saul continua deslocado. Que história mal contada essa do romance entre ele e a embaixadora. Nem a Carrie acreditou!
- "Eu pedi gentilmente", eu te amo, Carrie.
- Que equipe ruim essa da Carrie. Teve que ser o Quinn para descobrir? O que?!