A preparação para o maior 'Grand Finale' de Homeland
Quando percebi que iria atrasar a review da semana passada, e juntar com a do episódio de hoje, comecei a ficar um pouco nervoso. Acontece que como escritor e leitor de reviews, eu simplesmente odeio reviews duplas, e sempre tentei ao máximo evitar que isso acontecesse. O problema é que semana passada não deu pra mim, o domingo acabou chegando, e eu vi que não valia mais a pena escrever a Review do 4x10 isolada, como sempre fiz. Por isso, mil desculpas para quem está lendo essa agora.
Mas Homeland até colaborou um pouco comigo. Desde o 6, temos uma sequência de episódios que dependem um do outro, e com o 10 não foi diferente. É praticamente um episódio dividido em duas partes: a primeira desenvolve o super cliffhanger deixado no final do episódio 9, onde há um ataque inesperado aos carros em que Carrie e Saul estavam, e a segunda mostra as consequências disso, mais focadas em Quinn.
Mas enfim, os acontecimentos foram bons, e significativos (uma chacina numa embaixada americana, a morte de Fara, e a "vitória" de Haqqani), só não passaram o impacto necessário... Sinto que a direção caprichou muito mais na explosão do episódio passado, na troca, no resgate de Saul, e na morte de Aayan do que nessa sequência, que deveria ter sido grandiosa. Uma pena.
Então veio a segunda metade, quatro horas depois do terror e da fuga terrorista, desenvolvendo o psicológico de cada um que participou disso. Carrie ficou um pouco de fora (e com razão), já que não participou realmente do ato dentro da embaixada, e ficou apenas escondida atrás dos carros, e o episódio resolveu tirar um pouco do foco dela, e acertou em cheio ao colocar os holofotes em Quinn, o salvador da Pátria, que vem a temporada inteira sendo a base de toda a operação, e limpando a sujeira sangrenta deixada por todos.
Uma coisa interessantíssima nessa temporada é como os personagens mudaram desde o começo dela, e como estão invertidos. Antes mesmo da temporada estrear, Claire Danes havia dado uma declaração de que Carrie estava assustadora nessa temporada, dizendo que a personagem nunca esteve tão coração duro e machucada, resultando em uma intolerância inimaginável. Foi exatamente isso que vimos no começo desse quarto ano de Homeland: uma Carrie sem coração e piedade, matando e sacrificando tudo e todos pelo seu trabalho como chefe de estação, enquanto Quinn ficava apenas de fundo vendo todo o caos acontecer, e chocado com a mudança de comportamento da personagem.
E então depois da derrota, Carrie se vê em uma posição a qual não está acostumada: perdendo. E quem não aceita isso, quem está frio, com sangue nos olhos, e com vontade de vingança, dessa vez, é Quinn, e cabe a Carrie pará-lo.
O episódio então termina com Quinn fazendo um dos seus maiores atos, sequestrando um dos "agentes" do governo Paquistão para conseguir a informação do paradeiro de Haqqani, nos deixando esse enorme cliffhanger nos aguardando durante uma semana. O episódio foi incrível a partir da sua metade, e a primeira me decepcionou muito. Portanto, minha nota para ele é:

Chegamos então ao penúltimo episódio da temporada, onde os nervos não só dos telespectadores estão à flor da pele, mas os dos personagens também.
Não sei que nível de importância essa personagem terá para a temporada (talvez seja um indício para um suposto tema para a próxima temporada (já confirmada)?). O que importa é que ela deu abrigo para Quinn e ajudou-o a construir uma bomba, que aos poucos fomos sabendo para o que serviria no final.
Achei a introdução dessa personagem um tanto quanto desnecessária e um "facilitador" de roteiro. Isto se ela só servir pra isso, e pronto. Mas tudo pode acontecer, e ela pode vir a ser um grande personagem.
Mas foi incrível eles fazerem a morte de Aayan realmente ter um grande peso para o final da temporada. O rosto do garoto ser usado como forma de protesto da população revoltada com sua morte bruta, foi uma jogada de mestre. A prova de que a temporada foi pensada do início ao fim... Até a ex-namorada de Aayan, que parecia não ter importância alguma agora, foi bem usada. Palmas para esse roteiro magnífico, e que eleva essa temporada a um dos níveis mais altos que essa série já teve.
Não me surpreenderia nem julgaria se alguns telespectadores acharem essa a melhor temporada de todas.
Mas o fato é que Quinn realmente construiu a bomba, e nesse episódio vimos novas facetas do personagem. Ele nunca esteve tão centrado, induzido e certo de algo como agora. Lembrou inúmeras vezes a "Crazy Carrie" que estamos acostumados, quando nem ela estava acreditando que ele pudesse ser tão ousado. A execução do plano dele foi excelente, e levou o público ao delírio, ao caminho da ponta da cadeira, e levando as unhas aos dentes, assim como muitos episódios dessa temporada fizeram.
E o pior ainda estava por vir, já que Carrie não queria deixá-lo fazer o que estava planejando. A agente passando acima da bomba que vimos Quinn implantar, e que ele estava a ponto de explodir, resultou em um dos maiores clímax que a temporada (e a série) já tiveram.. o fato dela impedi-lo de explodir não foi surpresa. Estava mesmo duvidando que isso fosse acontecer... Mas ela pegando a arma para atirar em Haqqani foi demais!
Lembrando que Carrie não impediu Quinn de atirar simplesmente para não matar Haqqani, e sim por que ele estava disposto a sacrificar não só a si mesmo mas a todos que estavam ali. Ela pegar a arma logo em seguida não foi um ato contraditório nem dela nem do roteiro. Ela só queria matar ELE. E as lembranças da morte de Aayan (bem expressas) contribuíram muito para o ato. Ah, e não se esqueçam que ela é meio... impulsiva.
Bom, o cliffhanger deixado é que Dar Adal está supostamente trabalhando para a Haqqani. Mas não se esqueçam do diálogo entre Lockhart e Carrie, deixado no episódio propositalmente para uma base de teorias para esse gancho, e junto com elas, as dúvidas.
Lockhart citou reuniões secretas dentro da CIA, e que ele não estava ciente, supostamente por que está prestes a ser substituído diante do caos que a agência se encontra com o ataque Paquistão.
Essas reuniões podem ser justamente um plano da CIA com Dar Adal para que ele seja um espião duplo, e passe informações a favor da CIA (ou a favor de Haqqani?).
Então vamos aguardar essa finale que parece ser grandiosa... Já podemos dizer que Homeland se reergueu de um jeito que poucas séries foram capazes. A finale só completará e deixará a certeza nessa frase.

- A morte do pai foi um pouco... seca demais. Esperava algo mais dramático. Sinto que os roteiristas colocam drama demais onde não deveriam, e pouco no que deviam.