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Crítica - O Lobo de Wall Street

Extremamente sarcástico e cruelmente hilário. É a maneira perfeita de descrever "O Lobo de Wall Street", o mais recente filme da famosa e bem sucedida parceria de Martin Scorsese e Leonardo DiCáprio. O filme mostra, da maneira mais crua e insensível possível a realidade voraz do cotidiano da bolsa de valores de Wall Street, e quão poucos são os escrúpulos para sobreviver nesta selva. Por isso, é necessário ressaltar que o espectador tem que ter bastante estômago e tolerância para aproveitar o filme sem se ofender. Ou seja, é um filme só para os fortes.


Para quem não sabe, o filme foi censurado em diversos países (pena desses países) por suas inúmeras cenas de drogas e orgias. Eu, particularmente, não dou a mínima para isso. Realmente, o filme poderia ter perdido muito sua qualidade se não fosse bem feito, mas quando se sabe fazer, não existe isso de excesso, muito pelo contrário, as cenas que envolvem drogas e sexo são as mais engraçadas - na verdade, são absolutamente HILÁRIAS. Quando o Globo de Ouro classificou o filme como comédia, realmente não era uma daquelas classificações sem sentido que já estamos acostumados, o humor nesse filme é algo surpreendente. E não apenas pelo Jonah Hill (que é um excelente comediante que vem cativando cada vez mais como ator de qualquer gênero), mas Leonardo DiCáprio que já sabemos que é um excelente artista (o melhor ator dessa geração, na minha opinião) consegue surpreender mais uma vez mostrando que pode ser, além de tudo, um comediante sensacional.

Jordan Belfort (DiCáprio) é um homem que começou do nada e foi crescendo em Wall Street com métodos poucos ortodoxos, por assim dizer, e o filme são basicamente 3h dele chegando com 22 anos, ainda um bom garoto, centrado, estudioso, fiel a mulher, não bebia, não fumava, conseguindo seu primeiro emprego - onde tem a participação especial de Matthew McConaughey, participação pequena, mas hilária - e ir crescendo aos poucos devido seu talento natural para os negócios... e para malandragem. 

Depois de uma série de acontecimentos, ele conhece Donnie Azzof (Jonah Hill, INCRÍVEL), esse encontro deles é uma das melhores cenas do filme, sem dúvida.  Juntos eles formam uma sociedade e abrem sua própria empresa - Strantton Oakmont, e vão crescendo até se tornarem "podre de ricos", e a empresa ganhar fama por promover festas suntuosas para seus empregados, além de uma completa vida de promiscuidade, bebida, drogas, etc.

É claro que todo esse sucesso não chegava de forma limpa, e o FBI começa a cair em cima tentando descobrir qualquer coisa que tenha de errado nos negócios da empresa. E é a partir daí que o filme vai se desenrolando, de como Jordan chega ao topo e aos poucos vai caindo de seu pedestal. É impressionante o como ele é uma pessoa totalmente diferente na vida profissional e na vida pessoal, isso é algo bem marcante para a história. Todos os subordinados o tem como uma espécie de deus, como a melhor pessoa do mundo. Mas como pai de família ele é um grande fracasso, não consegue ser fiel a mulher, além de não ter controle nenhum sobre o seu vício em drogas e bebida. Uma das cenas mais marcantes é quando sua segunda esposa - a que ele supostamente amava de verdade - lhe pede o divórcio e ele perde completamente o controle de tudo, mostrando o nível da sua instabilidade. Um show de atuação do Leo DiCáprio, com toda a certeza.

O tom irônico, seco, cínico do filme não se perde em nenhum momento. Tudo é de um cinismo brutal. Todo mundo só quer saber de dinheiro, dinheiro e dinheiro, como o próprio Belfort diz, esta é a droga que move o mundo. A ganância pode se sobrepor a qualquer outro sentimento, mas é importante entender o brilhantismo do filme no momento que você entende que mesmo com tudo que os personagens fazem, como eles são sacanas e pessoas realmente loucas sem nenhum escrúpulo ou senso de ética moral, você se apega a eles, porque enfim, quem não ama um anti-herói? E Jordan Belfort e seus amigos são, sem dúvida, um grupo de anti-heróis, um pouco mais "antis" do que heróis, devo admitir. Só sei que a mensagem do filme é bem clara: não existe isso de amizade em Wall Street.

O filme recebeu 5 indicações ao Oscar 2014, Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator, Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Roteiro Adaptado. O Leonardo DiCáprio realmente teve uma performance espetacular e eu achei a direção do Scorsese MARAVILHOSA, além de o filme ter sido o melhor que eu vi até agora dos indicados (superando Ela "Her", que era meu favorito até agora). Estou na torcida!



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