Não é nenhuma novidade para você, ouvir falar que "True Detective" é uma das melhores estreias de 2014 da televisão americana, (a melhor por enquanto já que não tivemos nada de muito interessante para tirar a antalogia do posto), mas então o que faz essa crítica que vos trago tão diferente das mesmices que você encontrou por esta vasta internet? Simples, dizer o motivo pelo qual o público gostou tanto e fez a crítica babar nos ovos da HBO novamente (uso esse termo porque as boas críticas sempre aparecem ao mesmo que uma nova série pinta no ar).
A proposta que o criador da série Nic Pizolatto nos trouxe já é bastante admirável - a antalogia, narrativa que tornou-se arcaica durante um tempo e agora está voltando a vida graças as novas produções que valem toda a nossa atenção. Tal formato trás apenas benefícios para todo mundo - os atores que não precisam comprometer-se por tanto tempo, os roteiristas podem consertar os problemas (que aqui foram bem poucos) para a próxima temporada e para o público que não vai se cansar com a história e esperar ansiosamente por uma nova.
"True Detective" conseguiu trabalhar de uma maneira invejável sua história em oito episódios, não cansou, não perdeu a linha em nenhum momento e manteu o ritmo do início ao fim. Isso deve-se também ao talento que Pizolatto já demonstrou quando trabalho em "The Killing" (cancelada pela AMC, que agora terá uma sobrevida no Netflix), de que por mais simples que a história possa ter e por mais idiota que a problemática possa soar para os ouvidos críticos, se o profissional é bom e a direção e o texto são de primeira, pode-se sim, ter a melhor série de 2014 (até agora).
No entanto, não pense que deixarei Nic Pizolatto levar todo o crédito pela qualidade que essa série esbanjou nessa sua curtíssima jornada, porque os atores tiveram um papel fundamental no desenvolvimento da série. Matthew McConaughey que acaba de sair da sua merecida vitória no Oscar pela brilhante performance em "Clube de Compra Dallas" ( um título bastante exausto), foi a alma dessa série, imprimindo esse ar denso e cadavérico do personagem. O mesmo pode ser dito para Woody Harrelson que mesmo não tendo o mesmo destaque conseguiu entender bem o personagem e entregar mais uma ótima performance para o seu currículo.