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Crítica | Lucy

Lucy começou sua divulgação com uma das propostas mais batidas e clichês dos filmes: a protagonista, de alguma forma que não é realmente explicada durante o marketing, consegue aumentar sua capacidade cerebral de forma que os outros humanos não conseguem. O que se segue é uma série de confusões e caos, que transformará a humanidade, e colocará a protagonista em uma posição de total descontrole sobre suas ações.

Mas é no clichê e nos itens batidos que o novo filme do exagerado, mas divertido, Luc Besson, “Lucy”, estrelado pela sempre maravilhosa Scarlett Johanson, consegue inovar: o assunto batido ainda está ali, impregnado como na maioria dos filmes da atual forma do cinema, mas ainda consegue ter um resquício e essência de originalidade. Talvez a direção cativante, ou a protagonista forte e feminina, tenham feito com que o filme passasse correndo. Talvez os dois. O importante é que o telespectador sequer nota as duas horas.

O mais interessante em Lucy é o perfeccionismo do roteiro montado. É tudo tinindo, brilhante, chamativo, atraente... uma história toda igual, mas completamente original em sua essência, em suas feições e moldagens. A explicação física para a coisa toda, mesmo que fictícia, é extremamente cativante, e te prende de um jeito maravilhoso.

A participação de Morgan Freeman também trás um personagem interessantíssimo. O professor é o interlocutor da sufocante e perigosa jornada de Lucy, interpretada por Scarlett Johanson, que não consegue lidar com o trauma de ter sido seqüestrada e ter uma poderosa substância vazada no seu corpo, enquanto seu cérebro aumenta a velocidade, e seu organismo não consegue se habituar ao seu ambiente natural, no caso, a Terra.

Uma determinada cena é fantástica: a personagem está com seu cérebro incapaz de se manter apenas no local em que ele deveria estar, e pensa e racionaliza tantas coisas de uma vez, que seu corpo vai se desmanchando sozinho, desfalecendo. Cada célula se soltando no seu não mais suficiente ambiente. Ela se tornou demais para seu próprio planeta... seu corpo todo rejeita o ordinário planeta Terra.
Há toda uma teoria científica para o acontecimento, e isso torna o filme extremamente verossímil. É perfeitamente possível imaginar o que o corpo de uma pessoa poderia fazer caso alcançasse toda essa capacidade cerebral... ou perfeitamente apavorante.

Lucy passa a mensagem de que o ser humano está tão perfeitamente conformado, que não pensa em evoluir, somente em ter, e nos mostra o que a atual mente humana poderia fazer com seus cérebros turbinados a milhão. É tanta, mas tanta coisa que seríamos capazes de fazer, que o próprio planeta Terra não seria o suficiente. E o filme mostra isso com maestria.
Parabéns a Luc Besson, e toda a equipe do filme. Edição maravilhosa, trilha sonora extremamente cativante, e uma atuação digna. Um dos melhores do ano, até agora.




nanomag

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