Título Original: The Knife of Never Letting Go
Autor(a): Patrick Ness
Editora: Pandorga
Ano: 2011
Páginas: 447
É bem interessante entrar nesta história sabendo o mínimo possível sobre ela, por isso não vou me aprofundar muito no plot principal do livro e nem explicar muito como é esse mundo no qual Todd vive. Pelo fato de o próprio personagem não ter noção nenhuma do que está acontecendo, durante a leitura você fica bastante perdido e vai descobrindo as coisas junto com ele. Por isso, durante quase todo o livro, você não sabe o que vai acontecer e o que aguarda Todd mais a frente. Isso chegou até a me incomodar um pouco, porque nem o próprio Todd sabia direito como o mundo dele havia se tornado o que se tornou, então eu fiquei bastante confuso durante uma parte do livro. A história vai seguindo e você só tem que aceitar o que está sendo contado, sabendo que você só vai saber se aquilo é verdade mais para frente.
Apesar de ter me incomodado um pouco, foi justamente o fato de você não saber direito o que está acontecendo que me fez não querer largar o livro. Eu só queria ler tudo de uma vez para entender o que estava acontecendo. A escrita do Patrick Ness é bem simples, o que torna a leitura bastante rápida. E ele também usa uma linguagem coloquial, inclusive com algumas palavras escritas erradas propositalmente, da forma que o protagonista acha certo. Por exemplo, no livro vemos vários “dimais”. Isso dá um toque de realidade à história, e pode incomodar um pouco, mas é só se acostumar.
Patrick Ness construiu ótimos personagens. O autor soube desenvolvê-los de forma sensacional e foi fácil demais me apegar a eles, principalmente ao Manchee, o cachorro de Todd. (Ah, os animais também falam nesse mundo criado pelo autor. Outra coisa que parece ser bizarra, mas que é explicada ao longo da leitura. Lembre-se: leia e vá aceitando o que o autor está lhe dizendo.)
A trama também foi bem desenvolvida pelo autor e ele soube montá-la de forma a não deixar nenhuma parte entediante. Os obstáculos pelos quais Todd tinha que passar foram bem “posicionados” na história, deixando o leitor sempre atento. Em alguns momentos esses desafios foram meio repetitivos, às vezes, o mesmo inimigo voltava do nada e dava a impressão de que ele só estava lá para encher linguiça. Mas não foi essa a intenção do autor, porque, como fica claro depois, esse personagem realmente era importante para a história.
O final do livro também é ótimo. Quando você pensa que tudo estava certo e que o livro iria terminar de um jeito “tranquilo”, a autor joga uma bomba na sua cara, te surpreende, e abre várias novas possibilidades para a sequência.