Battle Royale conta a história dos estudantes de uma turma de nono ano do ensino fundamental de um estado totalitário que são jogados em uma ilha e obrigados a se matarem até restar somente um. Esse jogo ao qual eles são submetidos, teoricamente, é um programa do governo que tem como objetivo analisar o comportamento deles naquela situação, porém, é óbvio que aquilo é usado como forma de amedrontar a população. Essa história não é estranha para você, não é? Sim, lembra bastante Jogos Vorazes, mas vamos deixar as comparações para depois.
Eu estava a algum tempo querendo ler este livro e, apesar das expectativas altas, eu não me decepcionei. O plot do livro em si já é bastante instigante, e a escrita do autor é bem envolvente. Apesar das circunstâncias e da grande quantidade de personagens, o autor soube desenvolvê-los, na medida do possível, fazendo com que a morte deles tivesse alguma importância na história. Na maioria dos casos, o autor contava um pouco da história dos personagens, explicando o porquê deles terem tomado certas atitudes ao longo da história. Às vezes, fazendo você se apegar ao personagem só para vê-lo morrer em seguida.
Falando das mortes dos personagens, o autor narra todas elas. O livro é narrado em terceira pessoa e o leitor tem o relato de todas as mortes que acontecem no livro. E, também, como já foi falado, o autor apresenta um panorama um pouco mais detalhado da vida de alguns personagens, o que prende o leitor durante toda a leitura. O que torna o livro mais interessante ainda é o fato de que todos ali já se conheciam. Afinal, trata-se de colegas de classe.
Apesar do foco da narrativa ser dividido entre vários personagens, o livro tem um grupo de “protagonistas”. Por mais que o foco saísse de Shuya, Noriko e Shogo em alguns capítulos, o autor sempre voltava para contar o paradeiro deles.
O desfecho que o autor deu à história foi sensacional. Ao longo da leitura, você vai tentando adivinhar como que será o fim do livro, mas, eu, pelo menos, não imaginava a forma como o autor finalizou a história.
Os nomes japoneses me confundiram um pouco no início do livro. Como não sou acostumado a escutar nomes assim, fiquei bastante perdido no começo e tinha que ficar olhando a lista de alunos do início do livro. Outra coisa que ajudou foi que sempre que algum aluno era citado, logo em seguida vinha em parênteses o número da chamada dele. Por exemplo, (Estudante Nº X). Mas, no geral, isso não atrapalhou a fluidez da leitura, não demorou muito até eu me acostumar.
Quanto às semelhanças com Jogos Vorazes, além da ideia principal, sim, existem cenas bem parecidas. Eu, particularmente, gosto bastante de Jogos Vorazes, e tendo lido as duas obras acho meio difícil que a Suzanne Collins não tenha, pelo menos, se baseado em Battle Royale. Mas não estou querendo desmerecer a história criada por ela. Tanto que, Jogos Vorazes vai bem além da arena e tem todo o desenvolvimento da rebelião e tudo mais, enquanto Battle Royale é focado somente no jogo e é um pouco mais “adulto” (e sangrento).
Enfim, Battle Royale é mais do que recomendado. Se você está procurando um livro que te prenda do início ao fim e se você gostou de Jogos Vorazes, leia Battle Royale. O livro tem grandes chances de te agradar. E se você não gostou de Jogos Vorazes, dê uma chance a Battle Royale, pois ambos têm uma ideia parecida, mas foram desenvolvidas de formas diferentes.