Livro de Joe Hill perde a essência na adaptação de Alexandre Aja
Daniel Radcliffe continua tentando sair da sombra de Potter e assume aqui o papel de Ig Perrish, rapaz jovem e de bom coração que, um ano depois de perder a namorada em um crime brutal, descobre que está se transformando em algo chifrudo, maligno e que possui poderes sobrenaturais.
Radcliffe se empenha e faz um competente Ig Perrish, nervoso, amargurado e bondoso na medida certa. Joe Anderson também se revela uma excelente escolha para viver seu irmão Terry. Porém, todo o elenco é prejudicado pelo roteiro mal trabalhado. Personagens importantíssimos como Lee Tourneau e Merrin Williams (interpretados por Max Minghella e Juno Temple, respectivamente) estão extremamente descontextualizados. O filme não dá a devida importância que eles possuem na história, logo, não conseguimos entender as motivações de suas ações e tudo que os envolve acaba parecendo aleatório demais.
O Pacto é uma história pautada na alternância entre passado e presente das vidas de seus personagens. Isso, quer você goste ou não, é uma peça fundamental para a narrativa e o entendimento da história, que quer mostrar que a maldade existe em qualquer ser humano, seja ele criança, adolescente ou adulto. Todo o debate envolvendo essa questão, muito presente na obra original, é praticamente inexistente na adaptação; e todas as alegorias acabam parecendo gratuitas na tela. Infelizmente, o filme de Alexandre Aja entrou para a lista das adaptações indigestas, e provavelmente não será muito apreciado nem por quem não leu a obra original.