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Crítica: Carrie, a Estranha

A tão aguardada nova adaptação de Carrie, a Estranha veio com a seguinte proposta: reformular o clássico livro de Stephen King num emocionante e impressionante filme. Uma nova visão da obra.
Porém não é isso que o filme nos trás. Na nova adaptação (sou um dos contras ao termo “remake”, já que esse filme, em particular, veio com a proposta de adaptar o livro, não de refazer o filme de 76), há muito do mesmo e pouca originalidade para um filme cujo proposta era revolucionária.
Se preocupando muito mais com efeitos especiais, e não com a história em si, o filme decepciona uma boa parte dos que esperavam uma boa adaptação. Mas para quem vai por entretenimento, digamos que irá agradar a maioria.
A história de Carrie, como a maioria já sabe, é aquele clássico conto da menina retraída, tímida e que sofre bullying na escola, pelas outras meninas “populares”.
Como já esperado, Carrie um diferencial: poderes telecinéticos, a qual ela não consegue controlar e não sabe a hora ou o lugar que esses poderes vão ser liberados. Em meio a tudo isso, a menina ainda tem uma mãe que a retrai de um jeito quase ridículo, já que ela é extremamente fanática religiosamente, e chega a considerar menstruação uma penitência de Deus a Eva.

O filme não tem tanto conteúdo religioso quanto a obra original escrita por King. Senti que quiseram evitar isso para que não haja mais polêmica que já há em cima dessa obra. No entanto, na ausência desses conteúdos religiosos, somos recompensados por ótimas cenas de discussões entre Chloe Moretz e Julianne Moore (Carrie e Margaret White, a mãe fanática, respectivamente), que rendem ótimas (repito: ótimas) interpretações das duas em cena. Na verdade, as poucas cenas boas de Carrie, a Estranha se devem as ótimas interpretações das duas.

Julianne encarna mesmo a fanática Margaret White, tendo surtos psicóticos, e fortíssimas cenas de auto flagelação. As expressões da atriz produzem um efeito incrível em quem assiste, conseguindo passar as sensações certas da personagem insana.

Também tem espaço para a interpretação de Chloe Moretz, mediana em relação a de Julianne Moore (não esperava que fosse superar a dela), porém muito boa por si só. A atriz mirim que vem conquistando bastante gente ultimamente, consegue ter uma das melhores interpretações da sua carreira até agora.
Pra quem dizia que ela não conseguiria encarnar a estranheza de Carrie, creio que vai ter que dar o braço a torcer dessa vez.

A menina faz expressões muito boas, passando a sensação certa de raiva, timidez, retraimento... enfim, diferenciando-se da sua atuação que o público viu em Kick-Ass ou outros filmes da garota, na qual ela faz bastante bico e age artificialmente.
É claro que nesse ela não perdeu tudo dessa característica. Há cenas em que os bicos e as mexidas de sobrancelha ainda irritam bastante porém estão bem amenas.

A relação de mãe e filha não é muito explorada nesse filme, como no livro. No livro somos introduzidos de forma muito mais profunda ao ponto de vista de cada uma em relação a outra, como Carrie vê a mãe, e como a mãe vê Carrie. Nesse filme não vemos nada mais que mãe maltratando filha chegando a parecer por pura maldade, sem o assunto ser aprofundado, o porque de Margaret maltratar tanto a filha, forçando ela a rezar, trancar-se em um armário apertado e escuro...

As coadjuvantes que interpretam Chris (uma das que fazem bullying com Carrie), Sue (essa também faz bullying com Carrie, porém tem um diferencial) e a professora Desjardim (essa faz o papel de toda professora: proteger Carrie), fazem um bom trabalho mas nada muito notório para um filme em que há muito mais coisas a avaliar, como os efeitos.

Os efeitos de Carrie são uma coisa peculiar: eles são extremamente exageros e usados de uma forma que você olha e pensa: pra que tudo isso?
Porém são de qualidade. Não há nada artificial no filme, é tudo bastante verossímil, o problema é o uso constante e sem precisão destes.
O filme se desenvolve de forma rápida, com cenas boas, e  bastante fortes que justificam sua classificação R pros Estados Unidos (no caso, é o +18 aqui do Brasil).  

Porém, o grande defeito e que persegue o filme do começo ao fim é a quebra da promessa de ser algo inovador para a obra. A diretora Kimberly Pierce, sinceramente, mentiu feio para os fãs da obra, ou até mesmo pra quem não é fã, declarando que sua adaptação seria diferente das outras.
Há cenas que são simplesmente exatas ao filme de 76 dirigido por De Palma, cada fala, cada movimento de câmera. As poucas coisas originais que o filme trouxe não foram completamente satisfatórias, ou é muito exagerado, ou simplesmente errado, não se encaixa na história.

Carrie, a Estranha talvez só satisfaça por completo quem nunca viu o de 76 e só leu o livro, ou pra quem não leu nem viu nenhuma das adaptações. Já pra quem viu o filme de De Palma, é simplesmente mais do mesmo. Infelizmente, as poucas boas cenas (tem algumas mudanças que resultaram em ótimas cenas), não compensam a cópia exagerada do de 76 que resultou esse filme.
Dói, como fã de Carrie, dizer que esse filme é desnecessário e irrelevante, e só funciona como entretenimento. Não tem nem o impacto e nem nos toca como o filme de 76. Simplesmente não superou o clássico.

Resumindo, é um filme completamente comercial. Grande parte do filme transformou a história profunda de Carrietta White sobre bullying, fanatismo e maltrato, em um blockbuster para agradar a massa.

Nota: 7/10

O filme só estreará no Brasil dia 6 de Dezembro, mas nos EUA estreou dia 18 desse mês.
Leia nossa resenha do livro, clicando AQUI







nanomag

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